O casamento dos sonhos |
Esse negócio de organizar casamento às vezes deixa a gente mesmo maluca, o engraçado que antes eu estava ensandecida com a questão de escolher os serviços, verificar disponibilidades, as infinitas cominações entre eles, agora, que já fechei basicamente quase todos os fornecedores, e continuo enlouquecendo... Claro, não com os mesmos problemas de antes, mas é que as contas estão chegando e realmente você precisa mudar de estilo de vida enquanto tiver pagando o rega-bofe. Isso significa muuuuita calma e muuuuito mais horas-extra no trabalho, né? Não se você for rica, mas como não nasci, não herdei e nem ganhei na loteria (idem para o noivo), the show must go on! Reeducação financeira é legal, difícil é resistir uma comprinha inocente, e nada de roupas, cosméticos ou sapatos por enquanto! Ah, e nem esperem presentes de Natal, sinto muito...
Casar custa caro, a felicidade das pessoas foi capitalizada e tá em alta no mercado. Como diria Marx: fetiche, puro fetiche... (tá, ele não falaria isso, foi uma licença poética de minha parte). O que quero falar é sobre a fantasia, a idealização, e a transformação disso em realidade, processo objetiva a subjetividade, e que só faz sentido pra quem o vivencia. Aí vem o féladaputa e te fala na cara: "Mas por que gastar TANTO dinheiro com ISSO, gasta com (insira aqui o objeto de desejo do féladaputa em questão)". Não, ninguém me obrigou a me casar, muito menos a fazer uma festa-com-salão-buffet-decoração, eu fiz porque era meu desejo, mas sim, isso também tem valor social porque senão depois você fala que tá casada e um outro féladaputa te fala "Ué, mas você casou meeeeeesmo?" quando não solta um "Achei que você tava só juntada".
Não vou aprofundar, mas acho que todo mundo já viu algum documentário sobre rituais de passagem, geralmente envolvendo situações bizarras em que o moleque enfia pregos, é picado por abelhas, formigas e outras espécies e o diabo a quatro pra mostrar que é macho... enfim, há exemplos da importância dos rituais em praticamente todas as culturas, em quase todas o casamento representando a união de um casal e o início de uma nova família...
O casamento não é só uma festa, é um ritual de passagem, tem sentido e significado próprio, excede a representação individual, por ser uma convenção universal. Isso significa que não adianta você ser o tal féladaputa que fica falando que o casamento está ultrapassado, que deveria gastar dinheiro com outra coisa, que é só uma festa que ninguém vai se lembrar depois, que deveria me sentir casada pelo sentimento e não pelo documento... Não fui eu quem inventou isso.
Então, é isso mesmo que vou fazer, e só vou fazer porque quero... E se vou pagar caro por isso, é porque existem félasdaputa que acreditam que a felicidade tem valor.
Magna